sábado, 19 de novembro de 2011

Chicas no Teatro Dulcina



Chicas celebram Jorge Mautner – Dias 18, 19, 20,de novembro – sexta a domingo às 19h.
Show das Chicas – Dia útil – Dias 25, 26 e 27 - sexta a domingo às 19h.

A bandeira do amor, sempre levantada por Jorge Mautner, foi desfraldada na casa das Chicas. Aconteceu quando Camila Costa, cantora, violonista, compositora e Natália Guimarães, produtora, apareceram com o convite para o projeto “Bendito seja o Maldito entre as Mulheres”, que como aponta o nome convida “jovens” mulheres da música a cantarem os ditos “Malditos”. Sendo assim Camila cantou Jards Macalé, Andréia Dias releu Sergio Sampaio, Anna Rato interpretou Tom Zé e Chicas receberam o presente de celebrar Jorge Mautner. Assim se deu a festa, com os verbos escolhidos a dedo, exatamente no ano em que o mestre arredonda seus 70 anos. Celebrar Jorge, se fez um enorme trabalho de pesquisa e estudo de seu caminho, sua ampla expressão, literária e musical, tão única. Trabalho de mostrar, em hora e pouco, sua importância; a referência que é este homem/coração nos cresceres de muitos artistas brasileiros. Foi difícil selecionar 20 canções de uma obra de 14 discos, dentre arranjos que são parte da história musical de 1966 até aqui, ou seja, 45 anos. Mais difícil ainda foi resistir aos textos escritos e falados, seus “discursos” filosóficos, suas religiões, seus laços divinos, suas elaborações. Impossível que alguns desses dizeres/poemas não fizessem parte da celebração das Chicas, que já trazem esse namoro com a poesia, em seu trabalho. Como gostam de falar! A sonoridade desse show se revelou claramente. A base é de texto,coro e corda. Traduzindo, isso significa que o show é um roteiro preciso de imagens sonoras, apontadas em momentos pela viola da gamba (que evoca o violino que é o próprio Mautner) através de Carlos Bernardo que também toca guitarra, presença certa no barulho. A outra força garantida nas percussões e na palavra é a de Pedro Rocha, poeta que também responde por momentos do gráfico dramático dessa celebração. Para fortalecer esse chão percussivo foi convocada Flávia Belchior, (parceira de Isadora Medella na banda Liquidificalouca), que se alterna entre a mini- bateria e uma percussão lúdica e criativa. Para o repertório foram selecionadas algumas canções ícone: Maracatu Atômico (parceria com Nelson Jacobina), O Vampiro, Manjar de Reis e Crazy Pop Rock e Rouxinol (parcerias com Gilberto Gil), estas junto de algumas menos sabidas pelo grande público, outras que não se sabe que são de Jorge, e que são parte fundamental da obra do compositor, e que são tão preciosas quanto as primeiras. Dado o encontro, o que se tornou duro mesmo foi pensar na possibilidade de passar por tudo isso, entrar nesse mundo inspirador e livre de Mautner, e só brincá-lo uma vez. Essa votação foi unânime e a decisão foi seguir com ele. As meninas das Chicas estão embaraçadas nele e dele. Por isso o Chicas faz uma curta aparição, dias 18,19 e 20 de novembro no Teatro Dulcina, abrindo as janelas para que todos possam se debruçar sobre o encantador universo de Jorge Mautner, e quer convocar quem já sabe e já é filho de sua força, e quem ainda não teve a sorte de sentar-se à sombra dessa imensa árvore e comer de seu perigoso e nutritivo fruto. Que venha, então, o Kaos!

Dia útil

As Chicas tiram o nó da garganta, mastigam e põe a boca nos ouvidos da platéia. Há tempos as moças precisam e desejam cantar coisas novas. Novas e próprias. Lançaram seu primeiro disco “Quem vai comprar nosso barulho?” em 2006, e com ele abocanharam um prêmio Tim, depois de anos de história só de palco. Em 2009, saiu um, tão pedido, DVD/CD ao vivo, “Em tempo de crise nasceu a canção”. Entre uma coisa e a outra, criaram “Trabalho de Parto” do qual brotou “Barulinho”, espetáculo, feito para crianças. No fim do ano passado surgiu o convite para que as meninas celebrassem a obra do mestre Jorge Mautner, e assim o fizeram. Estrearam no CCBB de São Paulo dentro do projeto “Bendito seja o Maldito entrehttp://www.blogger.com/img/blank.gif as mulheres” e voltaram para casa para fazer duas pequenas temporadas no Rival BR e no Espaço Acústica. Durante todo esse caminho se alargou a ansiedade por renovar-se, e encaminhar um trabalho que fosse mais cheio de si, literalmente. Que trouxesse mais canções inéditas e mais coragens de discurso próprio. As Chicas querem mundo novo, vida nova. Renascer com os dias. Botar no palco o artista brasileiro, homem comum, que luta todo dia, pra existir ou resistir. As Chicas querem “dias comuns de muito trabalho, querem ganhar para estarem brilhantes, num dia útil!” Esse show “dia útil”, que quer ser CD, não conta com a presença de Fernanda Gonzaga, que tira férias, não remuneradas, por tempo indeterminado, por enquanto, do grupo Chicas.

Via Teatro Dulcina

Um comentário:

Anônimo disse...

Se eu não me engane a Fernanda Gonzaga saiu de vez do grupo. Ela se despediu em outubro do ano passado num show não?